quarta-feira, setembro 18, 2024

As flores recebem e transmitem sinais elétricos dos polinizadores



As plantas com flores podem ter um poder secreto para saber quando atrair polinizadores.

Eles poderiam atuam como antenas para os sinais elétricos das abelhas e transmitir esses sinais através do solo, relatou o biofísico Daniel Robert em 6 de março em Minneapolis, na reunião da American Bodily Society. A descoberta oferece uma possível pista sobre como os vizinhos florais partilham informações sobre quando produzir néctar, poupando energia para quando a polinização parecer promissora.

Se o bater das asas de uma abelha desencadear mesmo uma pequena diferença de voltagem nas plantas, poderia ser “uma demonstração interessante de comunicação”, diz Víctor Ortega-Jiménez, pesquisador de biomecânica da Universidade do Maine, em Orono, que não esteve envolvido no estudo.

Os pesquisadores há muito propõem que as plantas tenham alguma forma de comunicação elétrica. “Este processo implica uma troca de informações muito mais rápida do que a comunicação química”, diz Robert, da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Mas como funciona a comunicação eléctrica das plantas e se liga as espécies acima e abaixo do solo permanece um enigma.

Robert e colegas já haviam descoberto que os zangões carregam uma carga elétrica positiva, enquanto as flores carregam uma carga elétrica negativa. Além disso, os caules da petúnia não só ficam mais carregados quando uma abelha se aproxima, mas as suas flores também aumentam a produção de aromas – sugerindo que a planta pode detectar polinizadores com base num sinal eléctrico sem contacto.

No novo estudo, o ecologista Fraser Woodburn, que trabalha no laboratório de Robert, projetou antenas para emitir sinais que imitam aqueles produzidos pelas asas de uma abelha batendo em um campo elétrico. As antenas foram colocadas acima dos narcisos que a equipe cultivou em laboratório. A equipe também colocou pedaços de steel, ou eletrodos, nas hastes das flores. Ao medir a variação de voltagem na superfície do caule, os pesquisadores puderam inferir se as plantas conseguiriam detectar o sinal.

Os resultados sugerem que os narcisos poderiam receber sinais elétricos das antenas sem entrar em contato físico com elas. Mudar a forma da flor removendo a trombeta central ou as pétalas reduziu sua capacidade de recepção de sinais, relata a equipe, talvez tornando-a menos “prato”.

Em seguida, os pesquisadores levaram o trabalho para fora, para plantas de ervas daninhas e botões de ouro nos jardins da Universidade de Bristol. A equipe novamente imitou o envio de sinais elétricos das abelhas acima de uma fileira de flores equipadas com eletrodos. As flores próximas, no mesmo solo, também usavam eletrodos, mas essas plantas eram cobertas com um escudo de steel para bloquear quaisquer sinais elétricos ou químicos no ar.

Surpreendentemente, os eletrodos nas plantas protegidas detectaram sinais elétricos, sugerindo que as plantas passaram por eles no subsolo. Esses sinais mantiveram sua força mesmo em plantas mais distantes do sinal inicial semelhante a uma abelha.

“O que é extraordinário neste trabalho é que sugere que as plantas talvez falem entre si através de campos eléctricos”, diz Scott Waitukaitis, físico do Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria, em Klosterneuburg.

Os investigadores não chegam a dizer que as plantas utilizam estes sinais eléctricos, diz Waitukaitis, que estuda as trocas eléctricas entre objectos. “Embora rebuscada, esta ideia não está totalmente fora do domínio da razão, e certamente mais trabalho deveria ser feito para explorar a possibilidade.”

O biofísico e botânico Ingo Dreyer, da Universidade de Talca, no Chile, está cético em relação ao resultado. Eletricamente, uma abelha voadora “dificilmente troca cargas com o ambiente”, diz Dreyer. Além do mais, o sinal de entrada nos experimentos foi de 10 volts, enquanto o sinal detectado foi inferior a 20 milivolts – um quinto centésimo da intensidade do unique. Isso levanta questões sobre a transmissão.

O sinal mais fraco detectado, diz Robert, indica “um processo condutivo lento, mas ainda assim condutivo”. O sinal poderia ser transmitido no subsolo para outras plantas através de eletrólitos, solo úmido ou fungos, diz ele. Ainda assim, as consequências gerais dessa conduta não são claras.

A troca poderia, em última análise, ajudar as plantas a conservar energia, diz Robert. Fazer néctar para atrair polinizadores é caro. Encontrar uma maneira de cronometrar a produção para o momento em que os polinizadores estão presentes pode valer a pena.


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Eduardo Ferreira
Eduardo Ferreira
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