sexta-feira, setembro 20, 2024

Este é o primeiro anfíbio que põe ovos encontrado para alimentar seus bebês com ‘leite’



No meio da noite, em uma floresta úmida costeira, uma ninhada de bebês rosados ​​e sem pelos se aconchega com a mãe. Eles mexem e gritam por leite, a mãe obedece e eles ficam saciados. Mas estes não são cachorrinhos ou filhotes. Eles são anfíbios em forma de cobra, muito mais próximos dos sapos do que das raposas.

Esses mães cecílias aneladas alimentam seus filhotes com uma espécie de “leite” fabricado no trato reprodutivo, relatam pesquisadores no dia 8 de março Ciência. As criaturas longas e cilíndricas são os primeiros anfíbios que põem ovos e que alimentam os filhotes dessa maneira. A descoberta sugere que a evolução do cuidado parental na vida animal é mais diversificada do que os investigadores pensavam.

Para um animal com tão poucas características externas discerníveis, as cecílias são uma fonte de biologia estranha. As cecílias são esquivas, sem pernasanfíbios escavadores que são quase cegos (SN: 19/06/17). Algumas espécies, como a cecília anelada (Siphonops annulatus) no novo estudo, têm limo venenoso, pode ser venenoso e alimentar seus filhotes com sua própria pele (SN: 03/07/20).

O herpetologista Carlos Jared, do Instituto Butantan de São Paulo, e seus colegas estudam esses animais excêntricos há anos. Em estudos anteriores, a equipe notou que filhotes de cecílias aneladas, que vivem os primeiros dois meses fora do ovo sob os cuidados da mãe, passavam grande parte do tempo na extremidade do corpo dela, perto da abertura compartilhada dos sistemas reprodutivo, digestivo e urinário. – uma parte anatômica chamada respiradouro. A fêmea expelia periodicamente um fluido espesso da cloaca, do qual os filhotes se alimentavam com entusiasmo.

“Alguns [young] até enfiaram a cabeça nessa abertura”, diz Jared.

No novo trabalho, a equipe coletou 16 fêmeas e suas ninhadas recém-nascidas no estado da Bahia, no Brasil, trazendo-as para o laboratório para observação. Lá, os pesquisadores registraram as interações dos anfíbios, acumulando mais de 240 horas de vídeos. A equipe registrou 36 mamadas, que muitas vezes envolviam os bebês se contorcendo e mordiscando o respiradouro da mãe enquanto faziam barulhos agudos. Mamãe então levantava a extremidade do corpo e liberava o fluido. Isso acontecia até seis vezes por dia e parecia ser uma resposta aos apelos dos bebês.

Os guinchos e os pedidos são uma observação particularmente fascinante, diz Mark Wilkinson, biólogo evolucionista do Museu de História Pure de Londres, porque se pensa que os adultos são sensíveis apenas a frequências sonoras mais baixas.

Veja como uma fêmea de cecília anelada (Siphonops annulatus) alimenta seus filhotes com um líquido semelhante ao leite, rico em gordura. Seus bebês (cecílias menores) se aconchegam perto da abertura de seu sistema reprodutivo. Emblem depois, a mãe libera o fluido nutritivo produzido em seu oviduto. Este vídeo é 600 vezes mais rápido que o unique.

A equipe também examinou a anatomia interna de algumas cecílias adultas e analisou a composição nutricional e bioquímica do fluido nutricional. É secretado por glândulas no oviduto da mãe que aumentam durante a criação dos filhotes. Também é rico em gorduras, assim como o leite de mamíferos. Este recurso nutritivo pode ajudar a explicar como os filhotes crescem tão rápido – aumentando sua massa em até 130%, um adicional de 0,27 gramas, na primeira semana fora do ovo – apesar de não saírem do lado da mãe e se alimentarem de sua pele apenas uma vez. a cada poucos dias.

Isabella Capellini, bióloga evolucionista da Queen’s College Belfast, na Irlanda do Norte, questiona-se se existe conflito entre irmãos retorcidos pelo acesso ao leite e como é que essa competição se poderá desenrolar. Ela também estaria curiosa para saber mais sobre como a produção de leite afeta a mãe cecília.

“Nos mamíferos, a lactação é a fase de reprodução mais cara para a mãe”, diz ela. “Seria útil estudar se a produção de leite também é tão cara nas cecílias. Como a mãe é impactada a curto e longo prazo?”

Não se sabe como esses anfíbios desenvolveram sua versão de “leite”. A substância é relativamente rara em animais. Fora dos mamíferos e de algumas cecílias, é encontrado apenas em certas aranhas, peixes, baratas e pássaros, bem como em dois anfíbios que dão à luz vivos.

Nessas cecílias que põem ovos, os ovidutos se comportam de maneira semelhante aos das espécies de cecílias vivas, que às vezes alimentam seus bebês com uma substância leitosa enquanto estão no útero, mas não os alimentam depois que nascem.

“Isso torna mais fácil conceber como [live-bearing] poderia ter evoluído de [egg-laying] espécies que já usavam seus ovidutos para produzir alimentos”, diz Wilkinson. “Aprendemos realmente muito sobre as cecílias nas últimas décadas, mas estamos apenas a ver a ponta do iceberg.”


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Eduardo Ferreira
Eduardo Ferreira
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